domingo, 31 de outubro de 2010

Sala Kaew Ku - Parque de Esculturas

Ontem pegamos as bikes e pedalamos até um belíssimo parque: o Sala Kaew Ku. O parque foi construído durante o século XX por um homem nascido no Laos e com um grande sonho: construir um parque de esculturas que mesclasse divindades budistas, hindus e ainda algumas personalidades. Tinha também a intenção de eternizar-se, já que mandou construir um mausoléu para o seu corpo no último andar do prédio principal do museu.

O local é surreal: gigantescas estátuas de até 25 metros de altura ao redor e um lago repleto de peixes ao fundo. No prédio principal, inúmeras estátuas com homenagens aos deuses e um homem reconhecido pela capacidade de ler o futuro a partir das linhas das mãos. :)

Ao deixar o parque, visitamos ainda dois lindos templos budistas na cidade de Nong Khai: o primeiro com um buda gigante sentado no teto do templo e o segundo com um enorme buda no altar feito integralmente de ouro, bronze e pedras preciosas. Bem impressionante!










Nong Khai e seu tesouro: a Mut Mee

Chegamos a Nong Khai, linda cidade à beira do Rio Mekong na fronteira da Tailândia com o Laos. E para nossa surpresa, ainda melhor do que a cidade é a pousada que escolhemos: a Mut Mee Garden House. Os donos, Julian (inglês) e Pao (tailandesa), são pessoas cativantes e que construíram um paraíso por aqui: os quartos são pequenas casinhas de madeira com uma varanda enorme, há um jardim lindo repleto de árvores e mesas para longas conversas com outros viajantes, redes forradas com colchões tailandeses, um balanço pendurado em uma das árvores e uma excelente comida preparada na cozinha. Basta escrever num caderninho o que você deseja em tailandês e as cozinheiras preparam na hora.

À beira do rio, a pousada conta ainda com um bar flutuante (Gaia), um restaurante flutuante (Nagarina) e um barco para pequenos cruzeiros rumo ao pôr do sol todos os dias às 17hs (Nagarina Cruise).

Estamos embasbacados com a Mut Mee, realmente um presente!








Bangkok - O dia dos meios de transporte

Fizemos uma rápida passagem por Bangkok antes de nos dirigirmos à fronteira com o Laos. Experimentamos nesse único dia nada mais nada menos do que 9 meios de transporte. Vamos aos detalhes:

  • Às 6 da manhã deixamos o hotel em Hanoi em direção ao aeroporto utilizando um veículo fretado.
  • Às 9 da manhã decolamos do aeroporto de Hanoi em direção a Bangkok com a companhia aérea Air Asia.
  • Às 11:30hs da manhã descemos ao subsolo do aeroporto de Bangkok e pegamos o Sky Train, um impressionante sistema de trilhos suspensos que acompanham as principais avenidas da cidade e trafegam em alta velocidade sem sofrer os efeitos do pesado trânsito da cidade.
  • Às 12:15hs fizemos uma baldeação do sistema de Sky Train para o sistema de metrô e paramos no sub-solo da estação de trem para comprar o bilhete para a viagem que faríamos à noite.
  • Às 13:30hs pegamos um táxi em direção ao templo mais suntuoso da cidade, um belo ponto turístico. 
  • Às 17:00hs pegamos emprestado uma bicicleta do governo para girar pelas principais atrações da região em que estávamos.
  • Às 18:00hs pegamos uma espécie de barco / ônibus chamado Chao Praya Express. Trata-se de um barco que navega pelas águas do rio Chao Praya e que funciona exatamente como um ônibus: para em determinados pontos, há um cobrador que vende a passagem dentro do barco e diversos bancos espalhados pela embarcação.
  • Às 18:45hs, pegamos um tuk-tuk da estação de barco para a estação de trem.
  • Às 20:00hs o trem partiu da estação Hua Lumphong em Bangkok em direção a Nong Khai, cidade da Tailândia que fica na fronteira com o Laos.

Ficamos impressionados com a eficiência dos meios de transporte de Bangkok e com a variedade de opções para se fugir do trânsito. Além disso, apesar de 35 Km longe do centro da cidade, o aeroporto é muito bem conectado à malha de transportes, o que infelizmente não ocorre em Confins. Por fim, apenas para título de curiosidade, perdemos 40 dólares na estação de trem. 10 minutos depois retornamos ao local e uma garota de mais ou menos 13 ou 14 anos estava para um lado e para o outro insistentemente procurando os donos do dinheiro perdido. E quando chegamos, ela prontamente nos devolveu o dinheiro. Ficamos chocados!









De passagem em Hanoi - Good bye Vietnam

Ao retornar de Sapa, passamos mais um dia em Hanoi antes de seguir para Bangkok e rumo ao Laos. Depois de conseguirmos um hotel impressionante, com uma localização excelente e por um preço muito bom, começamos a explorar as últimas atrações da cidade: o Museu de Etnologia e o Teatro de Bonecos sobre a Água (Water Puppets Theater).

Depois de ver a cidade de Hanoi acordar, com dezenas de aposentados praticando Tai Chi Chuan pelas praças públicas, nos dirigimos ao Museum of Ethnology. O museu é muito bem cuidado e contém objetos, representações, danças e casas das diversas culturas que habitam o sudeste asiático em seus 11 países. Destacam-se o homem que carrega 800 redes para captura de peixes em sua bicicleta, a mulher que confecciona chapéus cônicos e as enormes casas dos Thais, nas quais vivem várias famílias que tem a matriarca como centro de poder.

No final da tarde, conseguimos ingressos para uma atração mais que especial: The Water Puppets. Essa é uma experiência bem vietnamita, pois combina uma orquestra de belos instrumentos do país com uma forma de teatro que está nas raízes do povo. Os atores escondem-se atrás de uma cortina de plástico e manuseiam bonecos que flutuam sobre uma piscina de águas verdes. O enredo trata do dia a dia do vietnamita, com destaque para a agricultura em terrenos alagados, a captura de peixes e sapos e a interação com os 4 animais sagrados: a tartaruga, a fênix, o dragão e o unicórnio.






terça-feira, 26 de outubro de 2010

Perfume Pagoda - Uma viagem ao passado

Nas proximidades de Hanoi, distante 70 Km, fica a mais sagrada Pagoda do país: a Perfume Pagoda. Depois de 2 horas de ônibus ao lado de outros turistas do mundo todo, chegamos a um pequeno porto de onde saem canoas para o início da trilha que leva à Pagoda. A imagem é única: mulheres com os chapéus cônicos que são ícones do Vietnam e remando uma pequena canoa por um rio cercado de montanhas muito altas em meio a densa neblina. Um ar de mistério rondava o local.

A caminhada até a Pagoda começou e paramos um pouco para almoçar num galpão bastante organizado considerando o isolamento do local. O almoço foi excelente, com bastante verdura refogada, arroz, porco na cebola, tofu e cogumelos. Depois de longa subida, descemos para a Pagoda, local sagrado no fundo de uma grande e bonita caverna. Por lá, os peregrinos deixam todo tipo de oferenda: desde biscoitos recheados até frangos inteiros e cerveja gelada. Outros tipos de oferenda mais comuns são dinheiro, velas e incenso.

Na descida da Pagoda, resolvemos voltar de bondinho. O frio na barriga foi inevitável, afinal de contas estávamos no Vietnam e aquele bondinho era alto pra burro. Mas ficamos mais tranquilos ao ver que o maquinário era de fabricação austríaca.

Ao voltar para as canoas, fomos incansavelmente seguidos por outra canoa em todo o trajeto. Tratava-se de uma mulher querendo vender cerveja e coca-cola. É isso mesmo: coca-cola no meio de um rio a 70 Km de Hanoi, no norte do Vietnam. Eita!!! Por nos seguir um dia inteiro, a gentil senhora vendeu 6 cocas e 4 cervejas, ganhando com isso algo em torno de 10 reais.




Sapa - No meio das nuvens

Chegamos de trem ao extremo norte do Vietnam, quase fronteira com a China. A viagem foi bastante confortável, pois viemos em vagões que tem cama e tudo, além de ar condicionado. Aqui em Sapa e região vivem várias tribos das montanhas do Vietnam. As principais etnias são os Hmong e os Red Dao. Suas principais habilidades do ponto de vista de um turista são a insistência para vender seus artesanatos. Puxa vida, temos que ser duros com eles pra que parem de insistir. E o impressionante é que eles falam inglês, tem celular e e-mail, dá pra acreditar? No meio das montanhas do norte do Vietnam e acessando internet sem fio pelo celular!

Aqui em Sapa também tem um mercado enorme de rua que vende itens da North Face (uma marca norte-americana altamente reconhecida pela qualidade de seus itens de esporte outdoor) por preços excelentes. Os produtos são manufaturados bem próximo daqui e enviados pro mundo inteiro. De alguma forma, eles conseguem desviar alguns para a feira. São tênis de trekking, calças e jaquetas de trekking e de neve, mochilas de viagem e do dia-a-dia, muita coisa mesmo. Você fica até meio perdido.

Ontem visitamos algumas aldeias por aqui, apesar do tempo fechado. Aqui a gente fica o tempo todo no meio de uma nuvem muito densa e a visibilidade é de apenas alguns metros. Dizem que a vista para as montanhas cobertas de bambuzais é linda, mas São Pedro ainda não nos deu essa graça. Nas aldeias, caminhamos pelas casas, vimos belas cachoeiras e arrozais arados por búfalos.

Uma outra aventura imperdível aqui em Sapa foi andar de moto. Alugamos uma moto automática aqui, tipo uma Honda Biz, só que da Yamaha. O aluguel da moto por um dia custou míseros 8 reais e só tive que deixar minha identidade do Brasil com eles, mais nada. Rodamos bastante por aqui, mais ou menos uns 50 Km. Conseguimos chegar no ponto mais alto do Vietnam por onde passa uma estrada: o Tram Ton Pass. Ele fica a 2500 metros de altura. O ponto mais alto do país é o Fansipan, um pico a quase 3200 metros. Ao Fansipan não foi possível chegar devido ao clima pouco convidativo, vai ficar para uma próxima.

Hoje iniciaremos nossa jornada rumo ao Laos.








Hanoi - Andando pela cidade

Em Hanoi visitamos diversos templos e pagodas. Templos são homenagens a grandes personalidades do país e pagodas são homenagens a deuses, em especial a divindades budistas. Dentro das pagodas normalmente há monges cantando músicas que são como soníferos e batendo um gongo pra acordar todo mundo de novo! Fomos também no Templo de Literatura, a primeira universidade do Vietnam, fundada em 1060. E ainda tivemos a chance de ver apenas do lado de fora o mausoleu do tio Ho Chi Mihn, heroi nacional. O esquema é meio macabro: durante dois meses por ano o corpo de Ho Chi Mihn é levado para a Rússia para manutenção. No restante do ano, a cara esbranquiçada dele fica exposta para que multidões de fiéis possam demonstrar sua gratidão por seus feitos pessoalmente. Em Hanoi, tivemos também a oportunidade de ver um ballet na Hanoi Opera House, uma bela construção do início do século XX de influência francesa.

Por falar em influência francesa, o pão francês que eles fazem aqui é divino, os próprios franceses confessam ser mais gostoso do que aquele da França. O que muda aqui é recheio do pão: vai desde o tradicional presunto com mussarela até os menos ortodoxos cobra, sapo e bicho da seda!





Hanoi e suas motocicletas

Não sei como os vietnamitas descobrem que somos turistas tão rápido... E basta saber que somos turistas pra tentar ganhar um dinheirinho com isso... É a vida! Hanoi me lembrou um pouco o Rio de Janeiro, pois até de taxímetro adulterado nós fomos alvo. Até pra comprar uma mexerica no mercado tínhamos que negociar duro e no final o preço chegava a ser 1/4 do inicialmente sugerido. É... Que planejamento que nada! Em Hanoi sua melhor arma se chama Tática de Negociação.

Hanoi foi uma experiência e tanto. A cidade faz aniversário no mês de outubro e 2010 é um ano mais que especial: a cidade comemora 1000 anos. Em todos os lugares há homenagens à cidade: enormes conjuntos de vasos de flores que juntos escrevem: Hanoi, feliz 1000 anos! As ruas de Hanoi são apinhadas de motocicletas buzinando sem parar. Aliás, buzinar aqui é esporte nacional. E nada de respeitar semáforos ou sinais de contra-mão: até mesmo no passeio as danadas das motos trafegam, uma loucura! Nos mercados, grandes barganhas por roupas, tecidos, potes, suportes de mesa, entre outros.

Agora, o que mais impressiona não só em Hanoi como em todo o Vietnam é a fenomenal culinária. Aromas emanam de cada banquinha de rua, de cada restaurante, de cada hotel. Os vietnamitas são excelentes cozinheiros e a comida deles é muito saudável: tofu, cogumelo shimeji, frango, talos de chuchu, repolho, alface, cenoura e um tempero impressionante. É muito comum aqui comer no Hot Pot. É como um fogão de uma boca que é trazido para a mesa com água em ebulição cozinhando legumes divinamente temperados. Ao lado, para adição, são colocadas montanhas de folhas verdes, cogumelos, tofu, macarrão de arroz pré-cozido e sua escolha de carne também pré-cozida: frango, boi ou porco. É muito legal ver famílias inteiras em volta do Hot Pot comendo por períodos de quase 1 hora e falando a língua engraçada deles. :)

Tem umas coisas bem diferentes no cardápio também. Em um dos restaurantes, pedi Grilo Frito por desconhecimento dos itens listados. Uma vietnamita que falava inglês tentou nos convencer a comer os grilos mostrando a forma correta de degustá-los. Acabei comendo e até gostando. A Aninha comeu um só, mas não animou continuar não...